BBC: lista de mulheres mais influentes tem quatro escandinavas

A nova edição do Global 100 Women tem nomes como o da jornalista finlandesa Sara Wesslin (foto), que luta pela sobrevivência das línguas lapônicas

17 de outubro de 2019 5 minutos
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Uma finlandesa, uma islandesa e duas suecas entraram neste ano na lista das mulheres mais inspiradoras e influentes do mundo elaborada pela emissora britânica BBC. A nova edição da pesquisa, publicada anualmente desde 2013, foi divulgada nesta quarta-feira (16/10).

Em vez de elaborar um ranking, a BBC apresenta as 100 mulheres eleitas em listas temáticas, de acordo com a área de impacto do trabalho de cada uma. Para a escolha, os responsáveis pela pesquisa seguiram uma pergunta geral: como o mundo seria no futuro se fosse comandado por mulheres? A partir dessa questão, foram apresentadas 100 personagens influentes em “identidade”, “criatividade”, “esportes”, “liderança”, “conhecimento” e “Terra”, na qual entraram nomes ligados a temas ambientais e de sustentabilidade.

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GRETA THUNBERG – SUÉCIA

Greta Thunberg tem 16 anos e é natural da Suécia
Greta Thunberg

A ativista sueca Greta Thunberg é certamente um dos nomes mais conhecidos no mundo entre as eleitas em 2019. Aos 16 anos, a estudante tornou-se uma das figuras mais proeminentes na luta contra o aquecimento global a partir de uma iniciativa singela: no ano passado, aos 15 anos, armada apenas com um cartaz que dizia “greve escolar pelo clima”, ela passou a fazer uma manifestação solitária toda sexta-feira em frente ao Parlamento sueco para pedir aos políticos medidas concretas para reduzir a emissão de poluentes.

Sua iniciativa ganhou projeção internacional, o que a fez ser ouvida em espaços como o Fórum Econômico Mundial, o parlamento da União Europeia e, mais recentemente, a Organização das Nações Unidas. As greves solitárias de Greta transformaram-se em manifestações globais, que têm reunido milhões de pessoas.

ERIKA LUST – SUÉCIA


Erika Lust

Também sueca, a fotógrafa e cineasta Erika Lust, de 42 anos, foi escolhida em virtude de seu trabalho em uma área considerada por muita gente degradante para as mulheres: a indústria pornográfica. Em vez de se ressentir e condenar toda manifestação pornográfica, Erika decidiu fazer ela mesma seus próprios filmes, respeitando a mulher, do ponto de vista do desejo feminino.

Além disso, sem medo de tratar de um tema que não são poucos os que consideram tabu, escreveu um guia para ajudar os pais a conversar com seus filhos sobre pornografia. Não, não tem nada com sexualização infantil, e sim com a ideia de que as crianças, cedo ou tarde, farão perguntas sobre o tema. Como responder? Essa foi a abordagem da cineasta.

OWL FISHER – ISLÂNDIA

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Owl Fisher

A representante islandesa na lista da BBC é a jornalista, escritora e ativista trans Owl Fisher. Também conhecida como Ugla Stefanía Kristjönudóttir Jónsdóttir, ela é codiretora do “My Genderation”, um projeto de produção de audiovisuais sobre (e para, e por) pessoas transgênero. Seu trabalho inclui ainda o “All About Trans”, iniciativa que busca reforçar uma representação positiva de pessoas trans na mídia, e a coautoria do “Guia de Sobrevivência de Adolescentes Trans”, para ajudar adolescentes trans e não-binários.

SARA WESSLIN – FINLÂNDIA
E, por sua luta pela valorização dos Sámi, o único povo indígena da Europa, a jornalista finlandesa Sara Wesslin (foto no alto) foi a quarta escandinava a entrar na lista. Também conhecidos como lapões, esses povos vivem em uma região que se espalha pelos territórios da Noruega, Suécia, Finlândia e Rússia e falam nove diferentes idiomas, todos conhecidos genericamente como línguas lapônicas.

Os Sámi da Finlândia falam três desses idiomas, mas, como há poucas pessoas fluentes, duas das línguas dos lapões finlandeses estão à beira da extinção. A jornalista liderou uma campanha que conseguiu levantar recursos no Ministério da Educação finlandês para o ensino de skolt sámi, um dos idiomas ameaçados. Apenas 300 pessoas falam hoje essa língua, e Sara Wesslin, que trabalha na emissora pública Yle, é uma das duas únicas jornalistas do mundo a noticiar em skolt sámi.

A lista da BBC tem ainda duas representantes brasileiras: a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) – que, nascida na periferia pobre de São Paulo, conquistou um diploma em Harvard e, no ano passado, uma cadeira no Congresso Nacional – e a escritora Djamila Ribeiro, influente ativista pelos direitos das mulheres negras.

Clique aqui para conhecer a lista completa elaborada pela BBC.

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